segunda-feira, 12 de maio de 2008

Minha vez!

Quem cansou do assunto sobre a morte da menina Isabella Nardoni levante a mão. Cansei mesmo e creio que eu não seja a única. Principalmente depois de ler vááárias críticas sobre a entrevista da mãe da vítima, Ana Carolina Oliveira, no Fantástico.
Ela tem todo o direito de se manifestar e, por mais que a Globo seja poderosa, não me parece que ela foi obrigada a falar. Foi uma escolha dela e quanto a essa decisão, eu me abstenho de qualquer julgamento. Porém, não concordo com a exploração pública da dor. Apelação? Talvez. Algumas perguntas poderiam ter sido poupadas? Sim. E, deixando a hipocrisia de lado, a mídia está sim, de certa forma, tirando proveito da repercussão que esse caso está tendo.
Tudo isso consciente de que eu sou apenas uma aspirante a jornalista, tenho muito o que aprender ainda, mas tenho minhas opiniões. Precisava verbalizá-la.

Juliana dos Anjos.

6 comentários:

Unknown disse...

Eu também já estou cansado!!! Na faculdade, os professores só citam exemplos relacionados ao caso Nardoni, as pessoas só comentam sobre isso, quando se chega em casa, como se não bastasse vc liga a Tv ou o computador, lá estam manchetes sobre o caso!!! Eu não aguento mais... mas de certa forma essa "apelaçao" da mídia trouxe coisas boas, como o acelaramento do processo e tudo indica que este caso está para acabar, com a prisão do pai e da madrasta e com o pedido de habeas corpos negado pelo desembargador!! :D

Luminosidade. disse...

pois é, ju!
esse cansaço é generalizado, não se preocupe.
também discordo totalmente do que tá acontecendo. uma coisa é jornalismo, outra é sensacionalismo.
tomara que nós não façamos a mesma coisa!
beeijooo, fofa!
:*

Unknown disse...

Concordo plenamente com você!

Uma coisa é jornalismo, outra é sensacionalismo.[2]

L'Efant disse...

A questão principal seria, Ju, essencialmente essa: Quantas crianças pobres e negras equivalem a uma Isabella?

Quantas crianças não rastejam todos os dias por esse genocídio monstruoso que é a desigualdade social no Brasil, que as aniquilam por inanição? Torna-se então a morte ainda mais indigna, porém, menos espetacular para os níveis do sensacionalismo midiático. Essa mídia que quer ação, comoção imediata, não encontra essas definições no tema da miséria absoluta. Então a descarta, e prefere dar uma inexplicável notoriedade a um fato de tão menor importância como é o caso da família Nardoni.

O que estrutural e humanamente pode uma sociedade absorver de um caso como o de Isabella? Esse cairá no esquecimento por ser momentâneo, apesar do impacto social provocado. Será que é papel da mídia, diante dessa problemática infinitamente mais torturante e eminente, promover o total esquecimento das brutalidades cometidas com as nossas crianças? Mas não, elas não são brancas e ricas, e sim miseráveis e negras, cujas mortes são abafadas por essa mídia elitista e moralmente constrangedora.

E nessse momento mais uma criança negra e pobre está sendo morta, estuprada, dilacerada, e a mídia não se comove, não se move, não se rebela.

Te pergunto, Ju, de novo, quantas crianças negras e pobres equivalem uma Isabella? 100, 1000, 10000?

be-atriz disse...

pronto, agora eu posso vim aqui sempre. :}} ;*

Estêvão dos Anjos disse...

Pra vc ter um idéia como esse assunto ja encheu todos os sacos possíveis, eu to lendo este post duas semanas após vc ter postado e ainda falam nisso ¬¬
mas agora ta engraçado com o Sanguinetti ( é asssim q se escreve?) :p

faz ufal né? prima? :p