terça-feira, 6 de maio de 2008

Contra indicação!

A gente diz: ah, se arrependimento matasse! Certo. Só tem um problema: arrependimento mata. Arrependimento é um sentimento estressante. O stress libera no corpo uma substância chamada cortisol. Com o tempo, o cortisol adoece e mata, sim, senhor.

Além de assassino, o arrependimento é burro. É burro porque garante que a não-realização de um futuro hipotético é culpa nossa.

Exemplo: temos uma situação A e queremos uma situação B. Para isso, adotamos um comportamento X. Aí, dá tudo "errado". A situação A se transforma em uma situação C. E nós? Nós ficamos arrependidos.

- Se arrependimento matasse, eu estaria estatelado no chão - a gente diz.

Olha que bobagem! Quem garante que A seria B se seu comportamento fosse Y ou Z? Matematicamente falando: se A + X = C não quer dizer que A - X = B. Ou que A + Y = B. Ou que A + Z = B. Menino, A nem existe mais!

Então, onde já se viu chorar por um futuro hipotético? Futuro porque nunca existiu. E, além de inexistente, hipotético, ou seja, incerto. Já dizia a minha avó: quem não sabe o que perdeu não perdeu nunca.

Mas a gente chora. Chora ou não chora? Chora. Eu mesma andei chorando ultimamente. Ah, se arrependimento matasse!... A gente é viciado em culpa.

Quando isso acontece, tento colocar meu mantra em ação: fiz o que pude; faço o que posso; farei o que puder. O resto, infelizmente, está fora das minhas possibilidades. Completamente fora. Até porque pouca coisa depende apenas de mim.

Afinal de contas, quem é que faz merda de propósito? Eu, não! Só se for você! Eu faço o que posso. No máximo, eu erro tentando acertar. No limite, eu sou o que sou, e o resultado não é o desejado. Paciência!

Agora se o erro foi catastrófico, só me resta assumir as conseqüências. E tentar fazer melhor da próxima vez.

Porque sempre tem uma próxima vez.

(Philio Terzakis)

Nenhum comentário: